terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A felicidade de Arkos



      Eram dois meros apaixonados. Viviam nas altas montanhas em seus mundos, seu poderio contemplava quilômetros. Um jovem senhor, de alma núbia e corpo ferroso com a sabedoria ancestral. Uma bela moça de corpo esculpido aos detalhes de um rei. Chamavam-se Arkos e Milena. Arkos procurava sempre o extasy de seus distúrbios, vivendo como alienado das montanhas, sentia-se como um mago a domar belos dragões. Milena vivia em essência das serpentes, atuava como curandeira.
     Os sentimentos exalavam de Arkos, tremia como chocalho. Sua alma transparecia verde sobre suas vestimentas de cor branca. Questionava-se sobre o que é ser feliz: - Compreende-se felicidade como momento dos quais desfrutamos de sorrisos e belas sensações. Mas ser feliz é possível? - . Em seu ápice, Arkos afirma que ser é uma constante. - Viver em constantes nocivas ou não, não compreende a felicidade, pois desfruta-se da mesma em momentos.
     - Momentos de felicidade é como o "Ser" pois a buscamos de maneira intensa, não constante. Um momento é definido como marco horário. Mas como ser feliz com marcos? Sejam horários ou afazeres a felicidade não espera pela nossa comodidade. - Sinto que definir momento como ser é confuso. Momento é um marco, ser é uma essência humana de constante. Seria como trabalhar dois idiomas ao mesmo tempo ou cavalgar com animal manco. Há a necessidade de se abrir meio termos, viver a intensidade longe das constantes - . 
     - Um resumo sobre felicidade seria feito em poucas palavras em um trabalho de descaso. Pois não compreendemos a mesma. E não sejamos hipócritas, pois se a compreendêssemos não iríamos viver em momentos e muito menos buscar intensidade ou fuga de constantes. Somos meros apaixonados pela vida, em um trabalho de busca por anseios. Sejam anseios de loucura como dedico-me ou de sabedoria como faz Milena. Peço desculpas por esse meu descaso à felicidade, com escrúpulos saberes. Mas em terra de alta montanha como em meu mundo felicidade é ser, sem medo de expor.
     Arkos sofria seus distúrbios por influência de Milena, que manipulava poções com os venenos de suas serpentes. A real essência era Milena forjando os pensamentos de Arkos. Mesmo que pareça maligno, ele a enxergava como sua alma.
     Cavalgavam ao nascer do sol montanha à baixo, em busca novamente dos meros apaixonados...
     As vezes vivemos felizes sem saber o que realmente somos, muitas vezes as respostas nos deixam apenas feridas. Muitos são felizes em sua ignorância, ou talvez a verdadeira sabedoria, ao mesmo tempo em que muitos são tristes em seu conhecimento ou assim sendo a verdadeira ignorância. Arkos era depressivo, por esse motivo Milena o manteve em extasy. Para desfrutar de sua ignorância como sabedoria, a verdadeira felicidade.

Francisco Xavier - francisco_neal@hotmail.com

O Teatro

A vida comum às vezes parece axiomaticamente real. Ainda assim, é construída a partir de impressões da realidade previamente deformadas por nossos próprios valores e pelos valores da sociedade em que vivemos. Mesmo que isso não acontecesse, ainda estaríamos com uma visão de realidade presa à natureza falha dos sentidos. Há muito tempo fala-se disso, eu sei. Mas porque ainda se mantém essa crença iludida depois de Kant? Acredito que há um sentido nessa pseudorealidade, nesse teatro. Não um sentido geral e objetivamente real, mas humano e subjetivamente real. Dentro de si, esse teatro faz sentido.
Todavia, não deve ser esquecida sua natureza teatral, representativa. Portanto, criemos! Talvez não um teatro tão abrangente quanto o dessa realidade em que se vive atualmente e aqui, mas um teatro mais fugaz, um teatro de suspiros. Esse blog é um espaço dedicado à divulgação de conteúdo artístico ou crítico, abrindo as cortinas para uma nova experiência, um breve refúgio da respiração viciada das rotinas.
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Espero que contribuam nesse processo de criação e aproveitem o Teatro de Suspiros.